Boooooooom dia, Vietnam!!!!!
Vamos hoje tentar usar a imaginação, primatas. Imaginar uma situação hipotética. Hipotética, mas não fantasiosa: o rapaz é de origem humilde, viu amigos ou talvez parentes morrerem vitimas de latrocínio ou por estarem no lugar e hora errados quando algum traficante resolveu acertar contas com rivais. Cresce com aquela raiva de bandido e resolve virar policial, é treinado sob pressão de uma lavagem cerebral de um modelo opressor e ultrapassado. Dentro da corporação ele depara com o fato de que muitos dos seus colegas se aliam ao crime, fazem acordo com negociantes de drogas, que seus 'heróis' são apenas outra face do seu antigo inimigo. Ele não confia mais em qualquer um, nem nos fardados e nem nos marginais que ele persegue. Mas ele é incorruptível, ele deseja ver a lei cumprida, ele deseja ver as ruas limpas da escória. E esse ser obstinado recebe uma arma carregada e um distintivo. Quando este ser é confrontado com alguém que não aceita sua autoridade deturpada e se insurge contra seus excessos, o que ocorre?
Na outra mão, temos um outro rapaz de origem humilde, que também viu seus colegas ou talvez parentes perderem a vida para os mesmos latrocidas e os mesmos negociantes de drogas. Não teve instrução devida, não teve grandes chances na vida e o meio que conseguiu para seu sustento foi a venda de produtos clandestinos nas calçadas do centro da cidade, numa total informalidade. Ele não estupra, não mata, não assalta. Seu crime de vender produtos ilegais parece ridiculamente inofensiva diante da guerra do tráfico, da corrupção no governo e dos preços abusivos das grandes corporações. Então é confrontado com um policial que chega para lhe chamar de bandido e tomar dele seu sustento, ele que não mata, não assalta, não desvia verba dos postos de saúde e de recuperação de estradas.
Esta situação é meramente hipotética, macacos, mas não é irreal e nós sabemos disso. E não pretendo com ela justificar o assassinato de Carlos Augusto Muniz, nem pretendo condenar Henrique Dias Bueno, cada um defendendo aquilo que aprendeu a fazer, mas lamentando profundamente o episódio que apenas, mais uma vez, exibe não apenas o despreparo da polícia - que só devia sacar de suas armas letais quando suas vidas se vissem em possibilidade de risco, a frágil educação do povo - que deveria saber que não se deve entrar em embate físico com uma pessoa armada, mas exibe também, de forma bastante clara, o nível de tensão que vivemos. A polícia ainda é a lei, mas a lei não é mais pelas pessoas e faz tempo que ninguém se sente exatamente protegido ou seguro na presença da polícia. O povo não conhece mais autoridade, e se isso é bom para se iniciar um levante popular contra instituições opressoras, é péssimo quando resulta em alunos que agridem professores - os casos são muitos e num deles uma professora quase perde a visão de um dos olhos, ou agridem seus pais e avós. Notem, macacos, que aqui só falamos de UM evento. UMA possibilidade envolvendo pessoas menos favorecidas.
Quando você vê aquele carro de luxo com um adesivo Fora Dillma (com os dois Ls verde e amarelo numa clara alusão ao ex presidente Fernando Collor, deposto de seu cargo) você enxerga ali uma pessoa indignada com a corrupção do governo? Uma pessoa pessoa que se sentiu traída pelo partido que jurou defender o povo? Uma pessoa preocupada e comprometida com as causas sociais? Você consegue enxergar ali, naquele sedã ou naquela caminhonete de R$ 100.000,00 uma pessoa que diz 'Fora Dilma! Fora PT! chega de exploração aos trabalhadores, chega de hospitais sucateados, chega de supersalários para juízes e parlamentares!'? Ou você vê ali a indignação de quem não pode mais manter uma empregada doméstica naquele regime escravagista, aquela pessoa que não se sente mais tão destacada porque os shoppings estão repletos de gente com a cara dos subúrbios de onde vinham suas empregadas, gente com medo de não poder mais ser médico fantasma de hospital público?
Acho que já dei meu recado, macacos, porque o mundo é escamoso, vai por mim.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Booooom dia, Vietnam!!!!!
Macacos, não sei quantos nem quais de vocês se deram conta o quão tensa está a corda, o quão rachada está a ponte. Nunca testemunhei um confronto tão ferrenho, tão determinado, entre as classes. Nunca vi as pessoas tão dispostas a se agredirem mutuamente, a se humilharem mutuamente, eu nunca vi tão intensamente a disputa de interesses separar racistas e não racistas, homofóbicos e simpatizantes das causas LGBT, entre quem tem poder e quem sofre no lastro da sociedade. De um lado temos Mário Lúcio Costa sendo, de certo modo, criticado por sua postura contra Patrícia Moreira - atual símbolo do racismo no Brasil. Temos uma multidão dizendo 'fora, comunista!', como se estivéssemos nos EUA dos anos 1950 ao mesmo tempo em que a distribuição de renda - e aqui eu não falo de BolsaPorraNenhuma, mas de salários justos, preços justos - produzindo ainda tanta fome, tanta miséria. Você tem gente como Bolsonaro e Malafaia apregoando seu repúdio aos homossexuais - e aqui cabe falar de João Antônio Donati, encontrado morto por estrangulamento e com o bilhete "vamos acabar com essa praga" enfiado em sua boca.
Curioso é justamente o apoio de pessoas políticas a práticas tão condenáveis. Não me lembro de ter visto Gentili apontar sua famosa língua afiada contra as pessoas realmente perigosas, como pastores alienistas, contra politicos conservadores e empresários cuja ganância vai além da degeneração, mas ele sabe fazer suas piadinhas contra negros e gays e mulheres. Você vê pastores e deputados e senadores acusando e condenando homossexuais e depois se declararem vítimas de 'cristofobia'. É época de eleição e todos os candidatos de destaque se preocupam muito mais em acusar seu oponente como se seus próprios partidos jamais se houvessem envolvido em esquemas milionários de corrupção. Você, macaco, vê o levante dos conservadores contra o Comunismo e o Socialismo e reclamando da criminalidade e da pobreza como se ambas não fossem, em grande parte, o subproduto de um modelo econômico e trabalhista exploratório e segregador.
Então estamos ai, vendo os reacionários criticando um país que eles mesmos ajudam a se tornar pior e pior a cada dia, vemos um povo alienado e sem representação, vemos os que se acham melhor por serem brancos - branco no Brasil? sério? - tentando empurrar os negros de volta á senzala - alô, Edson Arantes do Nascimento, tudo bem por ai? Temos pastores e, pior, políticos, incitando a discriminação sexual e religiosa, e isso tudo mergulhado numa sociedade de adoração onanista pela ostentação resultando em episódios de violência banais como as recentes agressões de adolescentes em suas escolas, alegadamente motivados meramente por inveja da beleza das agredidas, os latrocínios motivados por que os agressores sequer passam fome, apenas desejam roupas e acessórios de grife.
Se você acha mesmo que o problema é somente destronar o PT, ou empossar o PSDB ou dar a chance ao PSB, não lamento nem um pouco em dizer, macaco, que você é mais alienado do que imagina, porque o mundo é escamoso, vai por mim.
Macacos, não sei quantos nem quais de vocês se deram conta o quão tensa está a corda, o quão rachada está a ponte. Nunca testemunhei um confronto tão ferrenho, tão determinado, entre as classes. Nunca vi as pessoas tão dispostas a se agredirem mutuamente, a se humilharem mutuamente, eu nunca vi tão intensamente a disputa de interesses separar racistas e não racistas, homofóbicos e simpatizantes das causas LGBT, entre quem tem poder e quem sofre no lastro da sociedade. De um lado temos Mário Lúcio Costa sendo, de certo modo, criticado por sua postura contra Patrícia Moreira - atual símbolo do racismo no Brasil. Temos uma multidão dizendo 'fora, comunista!', como se estivéssemos nos EUA dos anos 1950 ao mesmo tempo em que a distribuição de renda - e aqui eu não falo de BolsaPorraNenhuma, mas de salários justos, preços justos - produzindo ainda tanta fome, tanta miséria. Você tem gente como Bolsonaro e Malafaia apregoando seu repúdio aos homossexuais - e aqui cabe falar de João Antônio Donati, encontrado morto por estrangulamento e com o bilhete "vamos acabar com essa praga" enfiado em sua boca.
Curioso é justamente o apoio de pessoas políticas a práticas tão condenáveis. Não me lembro de ter visto Gentili apontar sua famosa língua afiada contra as pessoas realmente perigosas, como pastores alienistas, contra politicos conservadores e empresários cuja ganância vai além da degeneração, mas ele sabe fazer suas piadinhas contra negros e gays e mulheres. Você vê pastores e deputados e senadores acusando e condenando homossexuais e depois se declararem vítimas de 'cristofobia'. É época de eleição e todos os candidatos de destaque se preocupam muito mais em acusar seu oponente como se seus próprios partidos jamais se houvessem envolvido em esquemas milionários de corrupção. Você, macaco, vê o levante dos conservadores contra o Comunismo e o Socialismo e reclamando da criminalidade e da pobreza como se ambas não fossem, em grande parte, o subproduto de um modelo econômico e trabalhista exploratório e segregador.
Então estamos ai, vendo os reacionários criticando um país que eles mesmos ajudam a se tornar pior e pior a cada dia, vemos um povo alienado e sem representação, vemos os que se acham melhor por serem brancos - branco no Brasil? sério? - tentando empurrar os negros de volta á senzala - alô, Edson Arantes do Nascimento, tudo bem por ai? Temos pastores e, pior, políticos, incitando a discriminação sexual e religiosa, e isso tudo mergulhado numa sociedade de adoração onanista pela ostentação resultando em episódios de violência banais como as recentes agressões de adolescentes em suas escolas, alegadamente motivados meramente por inveja da beleza das agredidas, os latrocínios motivados por que os agressores sequer passam fome, apenas desejam roupas e acessórios de grife.
Se você acha mesmo que o problema é somente destronar o PT, ou empossar o PSDB ou dar a chance ao PSB, não lamento nem um pouco em dizer, macaco, que você é mais alienado do que imagina, porque o mundo é escamoso, vai por mim.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Boooooom dia, Vietnam!!!
O jogo mais uma vez muda, em parte, sua configuração, macacos. Não vou lamentar a morte daquele rapaz de olhos claros que muitos achavam que ia salvar o Brasil, já é tarde para isso e muita gente já o fez, embora eu preferisse sinceramente que ele somente se aposentasse e fosse viver com sua família sem infligir nenhum dano ao povo. Lamento a tragédia, mas eu não concordava com sua política falaciosa e coronelista. Porém, mais ainda, eu lamento a tragédia que há anos vem ocorrendo sem dar sinais de esmorecer. Morre Eduardo, lesando severamente o Partido, então que se tome proveito disso, alavancando a campanha da muito duvidosa Marina Silva, discursando de cima de um caixão - com direito a voltar atrás em suas convicções e propostas sob a pressão da Bancada Evangélica. Caixão este dentro do qual tentam sepultar a misteriosa origem de um avião bem caro. Não digo que alguém o tenha dado de presente, longe de mim tal calúnia, macacos, mas se um homem padrão oferece ingressos de cinema esperando uma bela trepada em troca, imagina o que se espera ganhar em troca de um avião. Isso falando somente dos paladinos da Nova Política. Nem precisei citar aqui o descrédito da atravancada, e repleta de tropeços, recente administração petista. Como se fossem poucos os problemas que Dilma arranja sozinha com a Petrobras e com a estagnação econômica, ainda precisa se resolver com uma imprensa obstinada em entronar a já conhecida e opressora elite brasileira. Se tudo isso não for trágico o bastante, primatas, olhem para Aécio, esmerado em seu figurino e na beleza de seu discurso: um produto fino e acabado de uma classe que jamais se envolveu com o povo além de sua posição privilegiada nas relações de servos e senhores. E o mais triste é que, novamente, os olhos e ouvidos burros de vocês estão, novamente, focados nos mesmo ídolos já conhecidos, os mesmos que sempre tiverem as rédeas e o chicote na mão e que sempre fizeram deste pais o que ele é. Vocês acham mesmo que alguma coisa vai mudar com vocês fazendo como sempre fizeram? Sério?
Até agora só falei dos amigos presidenciáveis. Eu nem mencionei as doenças sociais, como o caso da menina de nove anos de idade assassinada porque seu irmão, de doze, devia uma grana aos traficantes. Nem falei do time de futebol que teve o uniforme alterado - removeram a figura de um indígena do escudo - por pressão das convicções religiosas dos jogadores, óbvio, evangélicos. Não falei dos PMs estupradores do Rio de Janeiro, que eram também assaltantes - o sonho do oprimido é o quê mesmo? Nem mencionei os recentes fenômenos da moça racista que se deu mal e da moça negra que foi severamente ofendida por ter um namorado branco. Não digo que as pessoas estavam certas em apedrejar a casa da família da torcedora gremista, mas é difícil sentir pena de gente racista. Da mesma forma que, mesmo sabendo que não é certo, é difícil se apiedar do estuprador e do assassino linchado. Lamentável que apenas essa moça sofra represálias tão fortes quando ela era apenas uma entre os que esbravejavam e ofendiam na ocasião, sem sequer se darem conta do ridículo de serem, todos sem exceção, macacos falantes. Todos, sem exceção, macacos maquiados, macacos lamurientos, macacos racistas, descriminadores, violentos, obtusos, egoístas, alienados, sádicos. A obra prima de deus, de alá, da cadeia predatória darwinista: macacos! Macacos que mentem, enganam, tentam sempre levar vantagem. Macacos desonestos, patéticos, hipócritas, macacos. Todos macacos, porque o mundo é escamoso, vai por mim
O jogo mais uma vez muda, em parte, sua configuração, macacos. Não vou lamentar a morte daquele rapaz de olhos claros que muitos achavam que ia salvar o Brasil, já é tarde para isso e muita gente já o fez, embora eu preferisse sinceramente que ele somente se aposentasse e fosse viver com sua família sem infligir nenhum dano ao povo. Lamento a tragédia, mas eu não concordava com sua política falaciosa e coronelista. Porém, mais ainda, eu lamento a tragédia que há anos vem ocorrendo sem dar sinais de esmorecer. Morre Eduardo, lesando severamente o Partido, então que se tome proveito disso, alavancando a campanha da muito duvidosa Marina Silva, discursando de cima de um caixão - com direito a voltar atrás em suas convicções e propostas sob a pressão da Bancada Evangélica. Caixão este dentro do qual tentam sepultar a misteriosa origem de um avião bem caro. Não digo que alguém o tenha dado de presente, longe de mim tal calúnia, macacos, mas se um homem padrão oferece ingressos de cinema esperando uma bela trepada em troca, imagina o que se espera ganhar em troca de um avião. Isso falando somente dos paladinos da Nova Política. Nem precisei citar aqui o descrédito da atravancada, e repleta de tropeços, recente administração petista. Como se fossem poucos os problemas que Dilma arranja sozinha com a Petrobras e com a estagnação econômica, ainda precisa se resolver com uma imprensa obstinada em entronar a já conhecida e opressora elite brasileira. Se tudo isso não for trágico o bastante, primatas, olhem para Aécio, esmerado em seu figurino e na beleza de seu discurso: um produto fino e acabado de uma classe que jamais se envolveu com o povo além de sua posição privilegiada nas relações de servos e senhores. E o mais triste é que, novamente, os olhos e ouvidos burros de vocês estão, novamente, focados nos mesmo ídolos já conhecidos, os mesmos que sempre tiverem as rédeas e o chicote na mão e que sempre fizeram deste pais o que ele é. Vocês acham mesmo que alguma coisa vai mudar com vocês fazendo como sempre fizeram? Sério?
Até agora só falei dos amigos presidenciáveis. Eu nem mencionei as doenças sociais, como o caso da menina de nove anos de idade assassinada porque seu irmão, de doze, devia uma grana aos traficantes. Nem falei do time de futebol que teve o uniforme alterado - removeram a figura de um indígena do escudo - por pressão das convicções religiosas dos jogadores, óbvio, evangélicos. Não falei dos PMs estupradores do Rio de Janeiro, que eram também assaltantes - o sonho do oprimido é o quê mesmo? Nem mencionei os recentes fenômenos da moça racista que se deu mal e da moça negra que foi severamente ofendida por ter um namorado branco. Não digo que as pessoas estavam certas em apedrejar a casa da família da torcedora gremista, mas é difícil sentir pena de gente racista. Da mesma forma que, mesmo sabendo que não é certo, é difícil se apiedar do estuprador e do assassino linchado. Lamentável que apenas essa moça sofra represálias tão fortes quando ela era apenas uma entre os que esbravejavam e ofendiam na ocasião, sem sequer se darem conta do ridículo de serem, todos sem exceção, macacos falantes. Todos, sem exceção, macacos maquiados, macacos lamurientos, macacos racistas, descriminadores, violentos, obtusos, egoístas, alienados, sádicos. A obra prima de deus, de alá, da cadeia predatória darwinista: macacos! Macacos que mentem, enganam, tentam sempre levar vantagem. Macacos desonestos, patéticos, hipócritas, macacos. Todos macacos, porque o mundo é escamoso, vai por mim
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