quarta-feira, 2 de setembro de 2020

 Boooooom dia, Vetnam!!!

Quanto tempo, não? O Brasil ainda se escrevia com "B" maiúsculo, ainda era um país c algum respeito, os imbecis ainda estavam no esgoto. O tempo não foi generoso. A grande imprensa, sempre a voz de uma classe media burra e rancorosa em defesa de alguns milionários e bilionários que não enxergam além do que carregam entre as pernas, decidiu entregar a democracia a uma elite econômoca que não se conformou em perder mais uma eleição. Investiram pesado no golpe parlamentar que derrubou Dona Dilma, sob os aplausos orgásmicos dos reacionarios, salivando de tesão pelo portuguêrs impecável de um asqueroso senhor chamado Michel Temer. Vocês se vendem tão barato, humanos. Basta uma mesóclise, um emprego correto de pronomes e conjugação verbal... Que pena que deu errado o golpe, né? A Globosta não conseguiu eleger um tucano de estimação, a crise financeira e a recessão sairam do controle, os empregos prometidos ao povo não vieram... E chegou um messias, em fim. A salvação de toda sociedade inculta e retrógrada: um messias. Com um inspirador e belíssimo discurso de ódio, desprezo pela vida e pela democracia, cheio de racismo, misoginia e homofobia, ele foi o salvador dos fascistas constrangidos, dos homofóbicos que titubeavam antes de espancar uma lésbica ou um gay, das pessoas que escolhiam as palavras antes de destratar e hostilizar os negros com seu racismo, todos esses humanos cheios de ódio e de desprezo por qualquer outro ser vivo que não seja igual a si mesmo. A maré de chorume subiu até os repórteres agredidos, hospitais invadidos, tudo protagonizado por uma legião de cristãos fundamentalistas com bandeiras de tortura, ditadura e exclusão para esconder sua ganância homicida, sua sexualidade doentia... 

Aqui estamos todos nós, num brasil condenado, nas mãos de uma sociedade de espírito medievel, sob o coro dos pobre e miseráveis sempre gratos pelo peso da liteira e pela dor do acoite, porque o mundo é escamoso, vai por mim.

Bom dia, Vietnam.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Foi assim...

Booooooooom dia, Vietnam!!!!
Faz tempo que não escrevo nada, reflexos do caos que assola o mundo. Mas chega de moleza. Já fui complacente deamais.
Vou contar uma estorinha a vocês, primatas. Foi assim, ou ao menos creio que foi. Não é provável - visto que tal relato não se pode submeter aos rigores dos testes - embora seja bastante possível e, mais ainda, plausível supor, que certo dia, há muito, muito tempo mesmo, um macaco se deu conta de ser mais forte que os demais macacos do grupo do qual fazia parte. Um acaso genético lhe deu músculos mais potentes e um temperamento mais beligerante. Sabendo-se mais forte, este macaco julgou-se no direito de ser o único a copular com as fêmeas do bando e de não querer outros machos por perto. Usou de sua força para caçar outros macacos e usar sua carne como ostentação para mostras às fêmeas que ele era superior aos demais. Outras ele coagiu, visto que era mais forte e mais perigoso, Também usou sua força para expulsar do bando qualquer macaco que não se submetesse a seus caprichos. Tornou-se o líder de seu grupo usando a força bruta. Outros macacos que testemunharam tal prodígio invejaram a vida régia daquele macaco mais forte. Se ele podia ter todas as fêmeas e submeter à sua vontade os outros machos, eles também podiam. E seguiram, cada um, imitando o comportamento bruto e hostil daquele macaco. E, como toda propagação, o sinal original se altera, se deteriora. Novas formas de se impor a força foram surgindo. Veio a violação das macacas que não os aceitasse, veio a morte - não apenas as surras - aos macacos que representassem uma ameaça à sua supremacia, vieram alianças entre macacos dominantes de grupos diferentes para formarem grandes grupos sob o domínio de uns poucos... neste ponto você para de ler isto e olha pela janela. O que você vê?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Booooom dia, Vietnam!!!!
Agora que todos esqueceram o mar de lama em Minas Gerais e os atentados em Paris, hora de perguntar: quem são vocês? Quem são vocês agora? Por quem vocês oram  hoje? Quem mais são os cinco - dentre tantos e tantos e tantos - fuzilados pelo Estado por serem negros e pobres da periferia? Quantos de vocês são ribeirinhos mortos de fome - como tantos e tantos que morrem de fome ai do seu lado, na marquise, sob a ponte? Quem vai ser o primeiro a tirar o olho da lupa para olhar o tamanho verdadeiro do estrago? para ver seu deus e seu demônio de mãos dadas? Quem vai deixar de pensar em amanhã e pensar no depois e depois? Quando vão deixar de jogar confetes sobre cada novo horror? Qual o próximo filtro você vai aplicar sobre sua foto? Quem foi preso? Quem pegou a conta? Quem ainda vai pagar? Mais amor por quem?

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Boooom dia, Vietnam!!!!

"Comunista bom é comunista morto!". Adoro essa máxima, macacos. Ela diz muito sobre o seu caráter, ela deixa claro muita coisa sobre quem é você na sociedade.
Imaginem vocês um mundo onde houvesse menos exploração, melhor divisão da riqueza, um mundo socialista - ou comunista como muitos preferem chamar. Não, não, macacos, não falo em negros favelados morando na sua varanda goumet nem pegando seu amado SUV emprestado, não. Eu falo em um mundo onde todos fossem engenheiros, ou médicos cirurgiões, juízas, dentistas, arquitetos, profissionais liberais ou artistas bem sucedidos, todos tivessem empregos com elevada qualificação e boa remuneração, ninguém precisasse viver de caridade ou favor e todos pudessem ter acesso a quaisquer bens de consumo, lazer e cultura. Pois é, creio que neste mundo não haveria muito o que você ostentar, nem muita gente para lhe servir. Você teria de varrer e encerar o piso da sua sala impecável e lavar sua privada, porque aquela moça seria estilista, ou advogada. Possivelmente você ia ter mais cuidado com seu lixo, porque os garis seriam bem escassos e eu tenho quase certeza que você mesmo teria que engraxar seus sapatos e abastecer seu carro dos postos de combustível. É disso que estamos tratando aqui, meu velho. Você odeia a noção de um mundo comunista porque ela ameaça sua preciosa superioridade social, sua sensação de estar acima de alguém, ela reduz a distância entre você e demais classes sociais.
Quando deparo com "comunista bom é comunista morto!", é difícil não associar a frase ao um pensamento de meio século atrás, quando a referência de comunismo eram as atrocidades de Stalin - que vale ressaltar eram bem distantes do idealismo socialista, ou seja, a pessoa que a profere estagnou no tempo e se atem ao fundamento ideológico do fascismo e toda a repressão e truculência inerentes a tal, incapaz de aprender o que de fato é socialismo e reconhecer que o mundo carece de modelos justos de sociedade e política.
Você, macaco que quer matar todos os comunistas, ao fim das contas, é meramente uma pessoa mesquinha, retrógrada e com tendência a uso ostensivo da violência. Você não quer igualdade, você não quer liberdade, você não quer o bem de todos. Assim, fique a roer seu repúdio aos homossexuais, que em sua covardia você muitas vezes sequer assume (eu tenho até amigos gays), sua aversão aos negros (mas minha empregada doméstica era negra e minha familia adorava ela, pena que ela passou a ter direitos trabalhistas e eu tive que mandar embora) e seu desprezo por quem não adora num homem que morreu na cruz - ironicamente defendendo todos os valores de paz e liberdade que você combate obstinadamente.
O mundo é muito, muito escamoso, macacos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Boooom dia, Vietnam!!!!!
O que vou propor agora, tristes macacos, é uma coisa simples, como aquela orientação que fazem os terapeutas, para esvaziar a mente e relaxar. Tentem somente deixar de lado suas convicções quotidianas e suas aflições pessoais e observarem com dedicada atenção para duas pontas que parecem distantes no mar, mas sob a superfície podem muito bem estar ligadas num bloco de gelo pavorosamente grande. Num olhar simplista, Herinaldo Santana e Aylan Kurdi nada tem a ver além de serem ambos crianças, serem ambos de família pobre e estarem ambos mortos. Um deles, morador de periferia, com a cor e aquela aparência que uma sociedade excludente e segregacionista considera o rótulo da pobreza, do indesejado, típicas do marginal. O outro, certamente vindo de alguma zona suburbana, enfrentou tamanha pobreza e violência que os pais, em desespero, preferiram fugir para um país mais promissor que aquele onde nasceram. Um morreu nesta fuga arriscada em busca de uma segurança, uma fartura e dignidade que lhes fora negada, expondo as mazelas consequentes da exploração e da desigualdade na divisão das riquezas do mundo, mostrando que a invejada e almejada riqueza da Europa não é fruto meramente de seu esforço, mas também do seu passado explorador e usurpador. Outro morreu em consequência de sua origem humilde que o tornou, aos olhos de quem controla a sociedade, em escória, o tipo de indivíduo que, se não está carregando nas costas as classes dominantes, é uma ameaça armada à civilidade, aos direitos de consumir e que deve ser executado pelo aparato considerado mais eficiente para manter a ordem: a polícia.
Ambos acabam sendo indicadores de uma pandemia de intolerância, de desigualdade, de falência de valores ultrapassados cujos defensores, atuais detentores do poder aqui no Brasil e pelo mundo todo, se recusam a aceitar e assumir sua responsabilidade de rever.
Vão chamar Herinaldo, com seus 11 anos perdidos à bala, de bandido - ou projeto de - mas vão chamar Aylan de anjo e vão fechar os olhos para o massacre dos povos indígenas sob a mão de ferro do progresso predatório. Da mesma forma, há na Europa quem festeje a morte de Aylan, juntamente com um número indizível de outros fugitivos da África e Oriente Médio, pois estes são a escória que macularia a civilidade limpa e reluzente da Europa. E há, ainda, os que aqui no Brasil sugeriram mandar nordestinos em embarcações precárias e improvisadas para se afogarem tentando chegar á Europa, e há os que, na omissão do estado e do alto de seus direitos de classe abastada e branca, promoveram mais um ato na guerra social brasileira agredindo moradores da periferia que estavam ali, em território de elite.
Todos os dias se fala em crise, em alta do Dollar, de lojas encerrando atividades, cada um defendendo um interesse próprio que ignora, muitas vezes voluntariamente e em interesse próprio, que a única e verdadeira crise é a da Humanidade, do Capitalismo como ele é. Uma mera consequência de todas as atrocidades que o ser humano vem perpetrando desde que o primeiro macaco se pôs de pé e empunhou uma clava alguns milhões de anos atrás.
Mas, claro, basta eleger outro para presidente e tudo há de melhorar de pronto. O culpado é, obviamente, um só. E toda a histeria feminista será silenciada, porque o feminismo se provará desnecessário e os homens, assim como a luta dos que suportam as causas LGBT, pois a discriminação contra homossexuais é tão irreal  e superestimada quanto o machismo, a sociedade será igualitária e todos terão direitos iguais se não forem negros nem viverem nas áreas mais pobres das periferias e assim será com uma série quase infinita de pequenos e grandes massacres sociais, dentro e fora do Brasil. A ignorância que condena o fraco perdoa o forte, esta é a premissa da tragédia dos macacos falantes que começa do outro lado da rua, com um mendigo que foi queimado vivo e termina em genocídio, com ameaças às selfies e curtidas por conta da alta do Dollar.
O mundo é escamoso, vai por mim.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Booooom dia, Vietnam!!!!
Após um longo e minucioso silêncio, enquanto estive a observar vocês rosnarem sua eterna mesquinhez e babarem suas convições de papel , achei que era hora de proferir algumas sentenças novamente. Vocês não aprendem, mesmo. Vocês não cansam de julgar e avaliar o mundo sem tirar os olhos do microscópio apontado para o próprio umbigo. São estúpidos demais para perceberem que, a depender quem você seja e o que faça para pagar suas contas, o Brasil pode estar atravessando uma recessão grande, ou você pode estar enchendo de dinheiro essa sua bunda simiesca ao custo de alguns suicídios, depressão e penúria de uns infelizes que você não conhece nem dá a mínima. E mais ainda, a recessão hoje instaurada no país é o reflexo de uma crise econômica global que há anos iniciou-se nos mercados da Europa e EUA. Você acha mesmo que o Brasil, só por ter uma bandeira verde, amarela, azul e branca ia escapar impune? Mais uma: se você não fosse um primata burro, egoista e ganancioso como é, certamente teria percebido que um modelo de economia e distribuição de recursos que concentra a maior parte da riqueza nas mãos de uns poucos e deixa a menor fatia para que uma maioria se digladie pelas migalhas fatalmente vai colapsar.
Depois de tirar os olhos do microscópio e ter uma ideia mais clara da dimensão e da natureza do problema, aparentemente inerente á sua condição de macaco falante, ai sim você toma uma luneta e amplia um pouco o quadro para ver mais de perto as fissuras na estrutura. Gente que sobrevive em vez de viver. O desgosto no rosto de seus neoescravos mal pagos que levam uma vida miserável, formando filas nas lotéricas, ajoelhando-se nas igrejas, afogando-se nos bares quando podem. Olhando mais de perto, vemos que estes escravos não sabem mais educar seus filhos, que sem educação são sabem como viver em sociedade, tornando-se dispersos e hostis e incapazes do sucesso. A menina viúva aos 14 anos porque o marido de 16 foi morto numa chacina, a professora que ficou cega após ser agredida por um aluno e uma série de outros sintomas bem graves de uma doença que começa longe, na tendência que você, macaco imbecil, tem de querer ter mais do que aquele outro macaco ao seu lado. A ganância, o egoismo, a mesquinhez dos primatas. Se pudessem olhar seus egos no espelho veriam seres horrendos, intumescidos, morbidamente obesos, doentes. E ai se convencem que fechar os olhos e ouvidos os protegerá das consequências do desastre já anunciado. Sempre esperando que o outro tome a iniciativa de deter o processo, sempre acreditando na própria inocência, sempre achando que fez e faz o suficiente por um mundo melhor.
Então permaneçam onde estão macacos, achando que não há injustiça social e econômica, que não há racismo, nem machismo, nem discriminação, que os imigrantes haitianos não foram agredidos por serem negros e pobres, que desfilar de verde e amarelo vai acabar a corrupção, que a fé em deus e o dízimo vão sanar todos os problemas, que aquele rapaz não foi espancado e morto porque era homossexual.
O mundo é escamoso, macacos. Bem escamoso,

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Boooooooom dia, Vietnam!!!!

Vamos bater panela! Vamos bater panela pelo bando de cheira-cola imundo dormindo debaixo de marquise! Vamos bater panela pelas prostitutas viciadas em crack, pelas travestis espancadas, pelas mulheres esfaqueadas! Vamos bater panelas pelos patrões que não querem que você seja tatuado nem use brinco e nem seja você! Vamos bater panela para acabar com a corrupção! Vamo bater nos professores que pedem aumento. Vamo bater nesse bando de veado que quer ter direito como se fosse gente! Vamo protestar contra a corrupção e contra os direitos de quem trabalha! Vamos bater panelas nas varandas gourmet e vamos exigir nossas bolsas Louis Vuitton e Prada! Vamo protestar contra essa gente que recebe miséria! Vamos bater panela pra ninguém ouvir a sonegação fiscal. Vamo bater com força nas panelas, porque ninguém escuta quem bate lata na favela! Vamo protestar contra nosso povo desunido, racista, mesquinho, sexista, homofóbico, segregador, oportunista, corrupto, opressor e alienado! É a festa do trabalhador que se fodeu com os direitos roubados, o protesto das cidades vendidas aos empreiteiros, da não-distribuição de renda, a democracia dos professores espancados, dos políticos milionários, das grandes dívidas perdoadas, dos padrinhos e afilhados de cifras astronômicas, dos negros assassinados na periferia, da meritocracia dos que nasceram com a vida ganha, a festa da intolerância religiosa e social, o carnaval do Brasil justo ao alcance de todos, é só vir pagar!
O mundo é escamoso. Bem escamoso. Vai por mim